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Foto do escritorAne Caroline Costa

Criando conteúdo (parte 2)


Vamos falar de criar conteúdo mais uma vez? Recentemente, eu comecei uma nova história, e essa história me surgiu de uma maneira engraçada. Eu estava escrevendo a saga Eva, que tá chegando gente, prometo, e me perguntei “E se isso acontecesse?” Imediatamente, pensei, “que bosta essa ideia! Não, ninguém vai querer isso!” Fui dormir. E quem disse que consegui? A história veio como um bum, e eu comecei a escrever na manhã seguinte. Criei personagens diferentes, motivações, o plot, e já comecei a colocar as palvras na página em branco. Uma semana depois, já tinha 10 mil palavras e um outline e resolução claras! Se quiserem saber mais, tem várias coisas que eu estou colocando no instagram sobre essa nova história, por causa de um challenge que eu resolvi fazer (e que está ajudando muito).


Agora, você me pergunta, essa história é boa mesmo? E o que é bom na primeira versão? E o que é bom? Né? Você não vai saber o que é até escrever. Criar conteúdo é algo realmente difícil, e ao mesmo tempo não é. Então aqui vai mais algumas das coisas que eu faço e fiz durante esse processo:

  1. E se? Eu me pergunto “e se” o tempo todo. Estou escrevendo uma cena, e me vem um “e se?” “E se esse gerente da loja achasse que a minha personagem esta lá para a vaga de serviço auxiliar, ao invés da vaga de estilista? (Ajuda ter um tema, como os meus personagens geralmente são negros, micro-agressões, racismo e machismo estão sempre na pauta). Se perguntar "e se?" é uma maneira maravilhosa de criar conteúdo. E se esse personagem sofrer um acidente, e se ele ver um acidente, e se ele provocar uma acidente? Como ele reagirá, dependendo da sua personalidade?

  2. Notícias. Tem sempre algo acontecendo nesse nosso mundo maluco. Na verdade, isso da muita verossimilhança para a sua história. Margaret Atwood tirou todas as ideias de "O Conto da Aia" de coisas que já tinham acontecido com as mulheres, para que as pessoas não pensassem que ela era uma louca varrida (algo que as mulheres são muito acusadas de serem, como vocês sabem). Veja as noticias. Romances maravilhosos sairam de noticias - como "Amada" da Toni Morrison e "Dessa Rose" da Sherley Anne Williams.

  3. Ocupação: o emprego do seu protagonista pode ser o lugar catalizador de diversos conflitos. No meu romance, essa é uma regra geral. A profissão está lá e precisa ser usada. Não cometa o erro ter um CEO milionário, que ninguém sabe o que ele realmente faz (sim, o Christian Grey! Esse homem não tem conflitos no trabalho dele! Tudo bem que ele é um homem branco hetero - que conflitos haveria de ter? Mas bem que podia ter um ou dois problemas, neh?)

  4. Obsessão: dar uma obsessão para o seu personagem pode ser uma super sacada. Algo que move o plot e também traz um tipo de motivação para a sua história, tipo, acabar com aquela obsessão. Algumas obsessões mais famosas são as da vingança. Geralmente, todo o romance é construido na obscessao e os conflitos podem ser relacionados com aquilo que impede o seu protagonista de conseguir o que quer.

  5. A política. Tudo bem, ninguém quer ler um livro moralista, em que o viés político está evidente, tipo "O odio que voce semeia." Eu adorei esse livro, mas o vies politico dele é um pouco demais para mim. De qualquer maneira, política faz parte do mundo e seus personagens vivem nele, e pode sim ser algo que move o plot. American horror story fez isso divinamente bem em uma das suas temporadas (sim, sou viciada nessa série, para mim umas das melhores de todos os tempos!) Nos mundos de fantasia, a política é um ponto essencial do seu world building. Invista nisso!

Todo escritor é tipo uma máquina de escrever e criar conteudo! Tá trabalhando numa coisa aqui, tem uns esboços ali, e umas cenas jogadas acolá, e isso é essencial no processo de criação! Não descarte nada porque sua vozinha está te dizendo que é uma bosta! Seu eu-futuro pode não achar ruim!

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